segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Atividades para 8º ano.

Interpretação textual.
Gatinhos e gatinhas, aqui tem uma atividade "pequenininha" para vocês responderem.rsrsrsr
Sejam atenciosos e cautelosos. bjssssssssssssssssssss!!!!!

1)
O SAPO
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também
se apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
(ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. Ars Poética, 1994.)
No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava.”, a expressão destacada
significa que:
(A) não deu atenção ao pedido de casamento.
(B) não entendeu o pedido de casamento.
(C) não respondeu à bruxa.
(D) não acreditou na bruxa.



2)
Vínculos, as equações da matemática da vida

Quando você forma um vínculo com alguém, forma uma aliança. Não é à toa que o
uso de alianças é um dos símbolos mais antigos e universais do casamento. O círculo dá a noção de ligação, de fluxo, de continuidade. Quando se forma um vínculo, a energia flui. E o vínculo só se mantém vivo se essa energia continuar fluindo. Essa é a idéia de mutualidade, de troca.
Nessa caminhada da vida, ora andamos de mãos dadas, em sintonia, deixando a energia fluir, ora nos distanciamos. Desvios sempre existem. Podemos nos perder em um deles e nos reencontrar logo adiante. A busca é permanente. O que não se pode é ficar constantemente fora de sintonia.
Antigamente, dizia-se que as pessoas procuravam se completar através do outro,
buscando sua metade no mundo. A equação era: 1/2 + 1/2 = 1.
"Para eu ser feliz para sempre na vida, tenho que ser a metade do outro." Naquela loteria do casamento, tirar a sorte grande era achar a sua cara-metade.
Com o passar do tempo, as pessoas foram desenvolvendo um sentido de individualização maior e a equação mudou. Ficou: 1 + 1 = 1.
"Eu tenho que ser eu, uma pessoa inteira, com todas as minhas qualidades, meus defeitos, minhas limitações. Vou formar uma unidade com meu companheiro, que também é um ser inteiro." Mas depois que esses dois seres inteiros se encontravam, era comum fundirem-se, ficarem grudados num casamento fechado, tradicional. Anulavam-se mutuamente.
Com a revolução sexual e os movimentos de libertação feminina, o processo de individuação que vinha acontecendo se radicalizou. E a equação mudou de novo: 1 + 1 = 1 + 1.
Era o "cada um na sua". "Eu tenho que resolver os meus problemas, cuidar da minha
própria vida. Você deve fazer o mesmo. Na minha independência total e autossuficiência absoluta, caso com você, que também é assim." Em nome dessa independência, no entanto, faltou sintonia, cumplicidade e compromisso afetivo. É a segunda crise do casamento que acompanhamos nas décadasde 70 e 80.
Atualmente, após todas essas experiências, eu sinto as pessoas procurando
outro tipo de equação: 1 + 1 = 3.
Para a aritmética ela pode não ter lógica, mas faz sentido do ponto de vista emocional e existencial. Existem você, eu e a nossa relação. O vínculo entre nós é algo diferente de uma simples somatória de nós dois. Nessa proposta de casamento, o que é meu é meu, o que é seu é seu e o que é nosso é nosso.
Talvez aí esteja a grande mágica que hoje buscamos, a de preservar a individualidade sem destruir o vínculo afetivo. Tenho que preservar o meu eu, meu processo de descoberta, realização e crescimento, sem destruir a relação. Por outro lado, tenho que preservar o vínculo sem destruir a individualidade, sem me anular.
Acho que assim talvez possamos chegar ao ano 2000 um pouco menos divididos entre a sede de expressão individual e a fome de amor e de partilhar a vida. Um pouco mais inteiros e felizes.
Para isso, temos que compartilhar com nossos companheiros de uma verdadeira intimidade. Ser íntimo é ser próximo, é estar estreitamente ligado por laços de afeição e
confiança.
(MATARAZZO, Maria Helena. Amar é preciso. 22. ed. São Paulo: Editora Gente, 1992. p. 19-21)
I-O texto trata PRINCIPALMENTE
(A) da exatidão da matemática da vida.
(B) dos movimentos de libertação feminina.
(C) da loteria do sucesso no casamento.
(D) do casamento no passado e no presente.

II-No texto, no casamento, atualmente, defende-se
a ideia de que
(A) a felicidade está na somatória do casal.
(B) a unidade é igual à soma das partes.
(C) o ideal é preservar o “eu” e o vínculo afetivo.
(D) o melhor é cada um cuidar de sua própria vida.


3)
As Amazônias
Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela
cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim: água e céu.
É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada
pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.
SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro:Ediouro, 1995.

I-No texto, o uso da expressão “água que não acaba mais” revela:
(A) admiração pelo tamanho do rio.
(B) ambição pela riqueza da região.
(C) medo da violência das águas.
(D) surpresa pela localização do rio.

II-O texto trata:
(A) da importância econômica do rio Amazonas.
(B) das características da região Amazônica.
(C) de um roteiro turístico da região do Amazonas.
(D) do levantamento da vegetação amazônica.

III-A frase que contém uma opinião é:
(A) “cobre mais da metade do território brasileiro”.
(B) “não cansa de admirar as belezas da maior floresta”.
(C) “...maior floresta tropical do mundo”.
(D) “Mata contínua [...] cortada pelo Amazonas”.


4)

O boto e a Baía da Guanabara

Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha
dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes.
Eleseram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
- A “mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da
cidade eda Baía de Guanabara.
Os outros botos zombavam dele:
- Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heroica?
Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou
sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou
aqui dentro!
-Acorda do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baía de
Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando
pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha
que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!
O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum
outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente,
ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar.
Num instante, o arrepio passava, e a
alegria brotava de novo em seu coração.
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16 – 20.

I-Os outros botos zombavam de Piraiaguara, porque ele:
(A) conhecia muito bem a história do Rio de Janeiro.
(B) enxergava apenas o lado bonito do Rio de Janeiro.
(C) julgava os botos mais importantes do que os outros animais.
(D) sentia tristeza pela destruição da Baía da Guanabara.

II-O fato que provoca a discussão entre as personagens é:
(A) a escolha de nomes de botos para as ilhas.
(B) a história da cidade do Rio de Janeiro.
(C) o orgulho do boto pela cidade do Rio de Janeiro.
(D) os perigos do Rio de Janeiro para os botos.

III-Em “se continuar sonhando acordado, você vai
acabar sendo atropelado por um navio!”,o termo destacado estabelece, nesse
trecho, relação de:
(A) causa.
(B) concessão.
(C) condição.
(D) tempo.


5)

O Encontro
(fragmento)

Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados
a faca. Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem,
numa tarde assim igual?”
Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas
redondezas, jamais fora além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a
colina e cheguei ao campo. Que calma! E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem
certa – era completamente inédito pra mim. Mas por que então o quadro se identificava,
em todas as minúcias, a uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória?
Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque eu também já
conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa dourada. “Já vi tudo isto,
já vi... Mas onde? E quando?”
Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do
abismo cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta
de cujo fundo insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele
som eu também conhecia. Fechei os olhos. “Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso?
Percorri em sonho estes lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por uma dessas
extraordinárias coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?”
Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da
inconsciência de um simples sonho.[...]
TELLES, Lygia Fagundes. Oito contos de amor. São Paulo: Ática.

Na frase “Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?”,o uso das reticências sugere
(A) impaciência.
(B) impossibilidade.
(C) incerteza.
(D) irritação.


6)
Seja criativo: fuja das desculpas manjadas
- Entrevista com teens, pais e psicólogos mostram que os adolescentes dizem sempre
a mesma coisa quando voltam tarde de uma festa. Conheça seis desculpas entre as mais
usadas. Uma sugestão: evite-as. Os pais não acreditam.
- Nós tivemos que ajudar uma senhora que estava passando muito mal. Até o
socorro chegar... A gente não podia deixar a pobre velhinha sozinha, não é?
- O pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas não se preocupem, ninguém se machucou!
- Cheguei um minuto depois do ônibus ter partido. Aí tive de ficar horas esperando
uma carona...
- Você acredita que o meu relógio parou e eu nem percebi?
- Mas vocês disseram que hoje eu podia chegar tarde, não se lembram?
- Eu tentei avisar que ia me atrasar, mas o telefone daqui só dava ocupado!

De acordo com o texto, os pais não acreditam em:
(A) adolescentes.
(B) psicólogos.
(C) pesquisas.
(D) desculpas.


7)
Duas Almas

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
WAMOSY, Alceu. Livro dos sonetos. L&PM.

No verso “e a minha alcova tem a tepidez de um ninho”, a expressão sublinhada dá
sentido de um lugar
(A) aconchegante.
(B) belo.
(C) brando.
(D) elegante.

PARA OS 4º PERÍODOS...

"PESSOAS..."AQUI VAI UMA ATIVIDADE BEM LIGHT...BJINHOSSSSSSSSSSSS...
1)
Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
A expressão “com os olhos que tem” (? .1), no texto, tem o sentido de
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.


2)
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.
O tema do texto é:
(A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.


3)
Namoro

"O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:- Desliga você.- Não, desliga você.- Você.- Você.- Então vamos desligar juntos.- Tá. Conta até três.- Um...Dois...Dois e meio...Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra?, eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha. (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca...Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras no sofá, olho no olho, dizendo.- As dondozeira ama os dondonzeiro?- Ama.- Mas os dondonzeiro ama as dondonzeira mais do que as dondonzeira ama os dondonzeiro.- Na-na-não. As dondonzeira ama os dondonzeiro mais do que etc..E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de língua, beijos de amígdalas, beijos catetéticos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.Depois do ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.
No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado
(A) às brigas por amor.
(B) às mentiras inocentes.
(C) às reconciliações felizes.
(D) aos apelidos carinhosos.
(E) aos telefonemas intermináveis.



4)
Canguru

“Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele
estranho animal dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. Definição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge: Kangarroo; wallaby As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes. Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores. Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável linguista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999

Pode-se inferir do texto que:
(A) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos lingüistas.
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras.
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
(E) os nativos desconheciam o significado de canguru.



5)
A sombra do meio-dia

A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
O texto foi escrito com o objetivo de
(A) conscientizar o leitor.
(B) apresentar sumário de uma obra.
(C) opinar sobre um livro.
(D) dar informações sobre o autor.
(E) narrar um fato científico.
6)


O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho sugere
(A) caridade.
(B) entusiasmo.
(C) gratidão.
(D) interesse.
(E) satisfação.
7)
Senhora
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua
ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis
inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe
consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas
pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição
que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor
a poupara à degradação de um casamento de conveniência, nome com que se decora o mercado
matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto
assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e
se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que
foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos;
porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral.
Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir nesses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.
O narrador revela uma opinião no trecho
(A) “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
(B) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...”
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...”
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”


8)
Texto I
Carta
(Fragmento)

A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos
certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo
está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o
homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer
à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
Texto de domínio público distribuído pela ONU.
Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)

Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada
pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de
formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma
estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos
olhos e que se manifestam através de processos e funções”.
GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
(A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
(D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) ao tema geral abordado por cada autor.
9)
Quando a separação não é um trauma

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por 20 anos um grupo de
173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais
nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que
eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por
causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para
conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os
grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em
conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente
quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos
positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa
forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.
No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre
os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que
(A) a opinião da socióloga é discordante das outras duas.
(B) a opinião do professor é discordante das outras duas.
(C) as três opiniões são concordantes entre si.
(D) o autor discorda apenas da opinião da socióloga.
(E) o autor discorda apenas da opinião do professor.
10)
A Ciência é Masculina?
Attico Chassot

O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores exemplos
que se pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências
foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma
histórica e outra biológica, para a possível superação do machismo em frase como a de
Hipócrates (460-400 a.C.) considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a
última coisa que morre em uma mulher”.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004
A expressão “dessa situação” (? . 2) refere-se ao fato de
(A) a ciência não ser feminina.
(B) a premiação possuir 202 anos.
(C) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher.
(D) o pai da medicina ser Hipócrates.
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.
11)
O teatro da etiqueta

No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a monarquia absoluta na
Europa, não havia sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada comensal
trazia sua faca para cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o
vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras aos olhos
de seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta,
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao
monarca havia um ritual que durava até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não
como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de
Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas regras,
embora servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a petulância que
a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com naturalidade, para
marcar uma diferença política que já existia. E representavam esse teatro da mesma
forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a aprender
etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a ser usada de forma
desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Nesse texto, o autor defende a tese de que
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
12)
Haverá um mapa para este tesouro?

“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade
Biológica).
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme biodiversidade,
sendo definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de diferentes fontes, ecoa aos nossos
sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um grande tesouro. No entanto, todos
sabemos que um grande tesouro escondido em locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os
nossos olhos, sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la, significa um grande sonho.... e
sonhos não costumam tornar-se realidade... podem até evoluir para pesadelos...
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em fatos, é essencial para
dar suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam expandir esses conhecimentos e servir de partida para projetos que permitam a aplicação racional e sustentada dessa riqueza.
Todos sabem que a pior atitude é “...matar a galinha dos ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência & Cultura. Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.
O trecho “evoluir para pesadelos...” (l . 12) é um argumento para sustentar a idéia de que
(A) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
(B) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
(C) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática.
(D) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
(E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
13)

13 de Dezembro

Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei aquilo. O
motorista me lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. A igreja dela
está cheia, ela protege os olhos da gente”.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de dezembro tinha
alguma coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que
ainda não tenho. O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que tivesse marcado um
relacionamento para o bom ou para o pior?
Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele piscava dentro de
mim. E as horas se passaram iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha
vermelha dentro de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da
memória, vivo em parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante e
não me lembro por quê.
Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao fechar o livro
que estava lendo, de repente a luz parou de piscar e iluminou com nitidez a cena
noturna: eu chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos
fundos da garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o comandante do
1º Exército queria falar comigo.
Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada tinha a falar com o
general Sarmento e não acreditava que ele tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi já entrava dentro
do meu carro, com uma pequena metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma
cena se repetia pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto
lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na vida, e meu amor me
chamara e eu não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida para falar com o
comandante do 1o Exército. O país talvez tenha melhorado, mas eu certamente
piorei.
(CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.)
No texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele
(A) constatar que não era um dia importante.
(B) não se lembrar de algo muito importante.
(C) saber que era dia de Santa Luzia.
(D) ver uma grande multidão na Esplanada.
(E) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.
14)
A fadiga da informação
(Fragmento)

Há uma nova doença no mundo: a fadiga da informação. Antes mesmo da
Internet, o problema já era sério, tantos e tão velozes eram os meios de informação
existentes, trafegando nas asas da eletrônica, da informação, dos satélites. A Internet
levou o processo ao apogeu, criando a espécie dos internautas e estourando os limites
da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os acontecimentos desse
mundo. Pois os instrumentos de comunicação se multiplicam, mas o potencial de
captação humana – do ponto de vista físico, mental e psicológico – continua restrito.
Então, diante do bombardeio crescente de informações, a reação de muitos tende a
tornar-se doentia: ficam estressados, perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho.
Já não se trata de imaginar como esse fenômeno possa ocorrer. Na verdade, a
síndrome da fadiga da informação está em plena evidência, conforme pesquisa recente
nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países, junto a 1300 executivos. Entre os
sintomas da doença apontam-se a paralisia da capacidade analítica, o aumento das
ansiedades e das dúvidas, a inclinação para decisões equivocadas e até levianas.
MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
A síndrome da fadiga da informação ocorre porque
(A) a internet é muito rápida nas informações que veicula.
(B) a captação humana de informações é restrita e a oferta é infinita.
(C) os meios de informação geram ansiedade em seus usuários.
(D) os instrumentos de comunicação conduzem a decisões erradas.
(E) a capacidade humana se paralisa dado o volume de conhecimento.

15)
Anedotinhas

De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
— Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
— Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu
estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu
não agüento mais aqueles meninos.
E o pai responde lá de fora:
— Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três razões: primeiro, porque
você tem um dever a cumprir; segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você
é o diretor do colégio.
Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.
No trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o colégio” (l . 2), a palavra sublinhada
estabelece relação de
(A) adição.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) explicação.
(E) oposição.
16)
A Formiga e a Cigarra

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a
formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não
aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os
amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da
cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou,
aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para
ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari,
com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha
toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a
Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor
gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A
propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois
trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com adaptações.
Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de
(A) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
(C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.
17)
O Islã não é só árabe

Religião abrange diversas etnias em todo mundo.
Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela
porção de países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso,
são indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que
têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa), Afeganistão
(pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são
denominados os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião
nasceu e ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos
passaram para o norte da África - onde foram chamados de mouros - e parte da
Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e
outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos
e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe
do que no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países
islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de
habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127
milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de
maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a
Índia, majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
As aspas empregadas na palavra “apenas” (l . 15) foram usadas para dar a ela um
sentido
(A) irônico.
(B) crítico.
(C) metafórico.
(D) coloquial.
(E) técnico.
18)
Vocês, que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? Lembram mais longe, quando a vaca-leiteira, que não era vaca coisa nenhuma, era uma caminhonete-depósito, vinha vender leite na porta de casa? Lembram mais longe ainda, quando a gente ia comprar leite no estábulo e tinha aquele cheiro forte de bicho, de bosta e de mijo, que a gente achava nojento e só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo era ecológico? Lembra bem mais longe ainda, quando a gente mesmo criava a vaca e pegava nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos dela, com muito jeito pra ela não nos dar uma cipoada?
Mas vocês não lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava escrito que é pausterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: 'Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais'. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!"
(FERNANDES, Millôr. "O Estado de S. Paulo", 22 de agosto de 1999)
I-A crítica do autor é dirigida:
a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do leiteiro para a economia nacional.
b) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm substituído os produtos naturais por produtos artificiais.
c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar sua qualidade e sabor.
d) permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da domesticação de animais iniciada há 5.000 anos.
e) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e que necessita de aperfeiçoamento tecnológico.
II- Ao terminar a crônica com “Múúúúúúú”, o autor ao texto um tom de
(A) formalidade.
(B) humor.
(C) indiferença.
(D) jovialidade.
(E) seriedade.
19)
Os direitos da criança

Toda criança tem direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Toda criança tem direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Toda criança tem direito a um nome, a uma nacionalidade.
Toda criança tem direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Toda criança tem direito à educação gratuita e ao lazer infantil.
Toda criança tem direito à alimentação, moradia e assistência médica para si e para a mãe.
Toda criança tem direito a ser socorrida em primeiro lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem direito à educação e a cuidados especiais.
Toda criança tem direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
Toda criança tem direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho.
Cereja, William Roberto & Magalhães, TherezaCochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. p. 77.
Usando o termo “Toda” no início de cada frase, o texto
(A) enfatiza a idéia de universalidade.
(B) estabelece independência com o termo “criança”.
(C) estabelece maior vínculo com o leitor.
(D) faz uma repetição sem necessidade.
(E) reforça a especificidade de cada idéia.

20)
Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente,
na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
(A) escrupuloso em ambiente de trabalho.
(B) ajustado às situações informais.
(C) rigoroso na precisão vocabular.
(D) exato quanto à pronúncia das palavras.
(E) contrário ao uso de expressões populares.
Respondam com carinho.... Bjssssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO PARA OS 4º PERÍODOS.

EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
01. A globalização dos anos 90 colocou contra a parede símbolos do capitalismo brasileiro. Isso quer dizer que estamos mal? Não. As empresas que elevaram sua preocupação com a excelência aos limites da paranóia não apenas sobreviveram como estão na vanguarda de um novo – e pujante - ciclo econômico.
Segundo o autor:
a.) A paranóia com a excelência, nos moldes da globalização do anos 90, permitiu que símbolos do capitalismo brasileiro chegassem à vanguarda do novo ciclo econômico.
b.) Para sobreviver, precisamos ser paranóicos.
c.) O novo ciclo econômico é baseado na paranóia, pois sem ela a globalização dos anos 90 colocaria símbolos do capitalismo brasileiro contra a parede.
d.) O novo ciclo econômico é pujante pois colocou os símbolos do capitalismo brasileiro dos anos 80 contra a parede, devido à paranóia com a globalização dos anos 90.
e.) Não estamos mal pois os símbolos do capitalismo brasileiro pertencem a outra década, mas a globalização dos anos 90 é a vanguarda do novo ciclo econômico.

02. Considerando-se a afirmação de uma famosa estilista americana de que "os
homens sempre estiveram na vanguarda da moda", referindo-se ao terno de duas peças, podemos concluir que:
a.) A tendência única para a moda no futuro é o terno.
b.) Apesar de vários estilistas de alta costura se esforçarem, o que eles fazem não é moda.
c.) O terno é sempre uma roupa atual.
d.) Um homem que não use terno não está na moda.
e.) As mulheres deveriam usar terno para estarem na moda.

03. Biólogos comprovaram que, em uma determinada floresta, existem dois tipos
de roedores. Ambos têm o hábito de cavar buracos. O coelhato cava buracos
mais rápido do que o ratoelho. Outra grande diferença entre eles é o tamanho: o roedor ratoelho é maior, em média, do que o coelhato.
Diante destas informações, os biólogos poderiam deduzir que:
a.) Os buracos cavados pelo ratoelho são maiores do que os do coelhato.
b.) Os buracos cavados pelo coelhato são mais profundos do que os do ratoelho.
c.) Os buracos cavados pelo coelhato são, provavelmente, mais profundos do que os do ratoelho.
d.) O coelhato cava mais buracos do que o ratoelho.
e.) Diante das informações, nenhuma das conclusões acima podem ser aceitas como verdade.

04. O mundo está se encaminhando para uma situação em que o trabalhador já
não consegue vender a única mercadoria que pode oferecer: sua força de trabalho. É uma mutação violenta de nossa civilização, possivelmente, com conseqüências ainda piores do que as que sofremos hoje. O conceito de trabalho, que era o fundamento de nossa civilização ocidental, caducou. Agora, milhões de seres humanos já não servem sequer para serem explorado. David Ricardo e, depois dele, Karl Marx, assentaram sua Economia Política sobre a Teoria do Valor do Trabalho, fator de produção que o desemprego vai desvalorizando rapidamente.
Segundo o texto:
a.) A mutação a que o texto se refere está na força de trabalho, que caducou.
b.) Estamos vivenciando um novo paradigma da relação força de trabalho X emprego.
c.) David Ricardo e Karl Marx erraram ao assentarem sua Economia Política sobre a Teoria do Valor do Trabalho.
d.) Aquelas pessoas que trabalham com vendas não conseguem mais oferecer sua força de trabalho, devido a uma mutação no mercado.
e.) O fundamento da civilização ocidental está sofrendo uma mutação violenta, levando-se em conta que o desemprego era a base para a Teoria do Valor do Trabalho.

05. Dois jornais impressos - um da situação e outro da oposição - publicam, todos
os dias, notícias sobre os mesmos temas. Eles dedicam o mesmo espaço a cada
assunto, além do mesmo número de jornalistas para produzirem seus artigos.
Sabe-se que os dois são vendidos na mesma região, pelo mesmo preço, possuem a mesma tiragem e que são concorrentes.
Então:
a.) Se Pedro lê o jornal A e João lê o jornal B, os dois são de classes diferentes.
b.) Se Pedro lê o jornal A e João lê o jornal B, os dois são de classes iguais.
c.) Se Pedro lê o jornal A e João o jornal B, os dois compartilham a mesma opinião política.
d.) Se Pedro lê o jornal A e João o jornal B, os dois provavelmente recebem informações iguais com enfoques diferentes.
e.) Se Pedro lê o jornal A e João o jornal B, os dois provavelmente recebem
informações diferentes com enfoques iguais.

06. Se a Internet é uma excelente fonte de informações, e João navega na Internet todo dia, pode-se concluir que:
a.) João é muito bem informado.
b.) João domina a navegação na Internet
c.) (a) e (b) são verdadeiras.
d.) (b) é verdadeira, mas (a) não o é.
e.) (a) pode ser falsa, mas provavelmente (b) é verdadeira.

07. Para os restaurantes que fazem entregas em casa terem sucesso, eles
precisam entregar rápido a comida ou ter um bom preço, e estar bem localizado.
O restaurante COMOMAIS é uma casa de sucesso e possui bom preço.
Diante desta afirmação, podemos afirmar que:
a.) O restaurante COMOMAIS entrega rápido seus pedidos.
b.) O restaurante COMOMAIS não entrega rápido seus pratos.
c.) O restaurante COMOMAIS está bem localizado.
d.) O restaurante COMOMAIS não é bem localizado.
e.) As alternativas (a) e (c) estão corretas.

08. A violência no trânsito aumenta ano após ano. O aumento do número de carros na rua tem evidenciado esse problema, chegando a índices alarmantes.
Um especialista renomado declarou que: "O problema do trânsito é o despreparo dos motoristas. Somente aqueles que não aprenderam a dirigir da forma correta causam acidentes. Além disso, afirma que o Sr. Astrogildo aprendeu a dirigir corretamente, então ele não causará acidentes."
Podemos concluir que:
a.) O Sr. Astrogildo recebeu um atestado de que é um ótimo motorista.
b.) Para provar que o especialista está correto, devemos esperar um certo espaço de tempo e verificar se o sr. Astrogildo não irá causar acidentes.
c.) Caso se assuma a afirmação do especialista como verdadeira, ocorrerá um erro de apelo à autoridade.
d.) Realmente, o único problema no trânsito diz respeito a motoristas mal
treinados.
e.)As alternativas (b) e (d) estão corretas.

09. Segundo a opinião de um leitor do jornal O Estado de São Paulo, "o governo
neoliberal - para desespero dos neobobos - resolveu dar interpretação literal ao salário mínimo. O Movimento dos Sem Terra que se cuide, mudando imediatamente de nome, senão bye - bye reforma agrária".
Segundo este leitor:
a.) O governo irá pagar um salário mínimo aos membros do MST, ao invés
de promover a reforma agrária.
b.) Se depender do nome, os Sem Terra continuarão sem terra.
c.) O MST está desesperado com o aumento do salário mínimo.
d.) O MST está desesperado com a necessidade de trocar de nome.
e.) O MST que se cuide, o governo quer cobrar um salário mínimo por lote
a ser distribuído.

10. Cinco garotos, por brincadeira, compraram 2 litros de álcool e incendiaram um
homem que dormia em um ponto de ônibus. A idéia era se divertir assustando um
mendigo. Só que, na verdade, além de mendigo, tratava-se também de um índio
da tribo dos Pataxós. Eles incendiaram e assassinaram um ser humano. A justificativa e o pedido de desculpas foi que se enganaram, pensaram tratar-se
apenas de um mendigo.
Segundo o texto, não podemos concluir que:
a.) Trata-se de um crime ecológico, pois afeta a comunidade indígena.
b.) Os 5 garotos não considerariam suas atitudes um crime, caso fosse apenas um mendigo.
c.) O conceito de diversão para estes 5 garotos é deveras violento.
d.) 5 garotos inconseqüentes tiraram a vida de outro ser humano.
e.) Um índio Pataxó não deveria estar dormindo em um ponto de ônibus.