segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PARA OS 4º PERÍODOS...

"PESSOAS..."AQUI VAI UMA ATIVIDADE BEM LIGHT...BJINHOSSSSSSSSSSSS...
1)
Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
A expressão “com os olhos que tem” (? .1), no texto, tem o sentido de
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.


2)
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.
O tema do texto é:
(A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.


3)
Namoro

"O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:- Desliga você.- Não, desliga você.- Você.- Você.- Então vamos desligar juntos.- Tá. Conta até três.- Um...Dois...Dois e meio...Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra?, eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha. (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca...Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras no sofá, olho no olho, dizendo.- As dondozeira ama os dondonzeiro?- Ama.- Mas os dondonzeiro ama as dondonzeira mais do que as dondonzeira ama os dondonzeiro.- Na-na-não. As dondonzeira ama os dondonzeiro mais do que etc..E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de língua, beijos de amígdalas, beijos catetéticos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.Depois do ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.
No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado
(A) às brigas por amor.
(B) às mentiras inocentes.
(C) às reconciliações felizes.
(D) aos apelidos carinhosos.
(E) aos telefonemas intermináveis.



4)
Canguru

“Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele
estranho animal dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. Definição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge: Kangarroo; wallaby As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes. Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores. Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável linguista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999

Pode-se inferir do texto que:
(A) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos lingüistas.
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras.
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
(E) os nativos desconheciam o significado de canguru.



5)
A sombra do meio-dia

A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
O texto foi escrito com o objetivo de
(A) conscientizar o leitor.
(B) apresentar sumário de uma obra.
(C) opinar sobre um livro.
(D) dar informações sobre o autor.
(E) narrar um fato científico.
6)


O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho sugere
(A) caridade.
(B) entusiasmo.
(C) gratidão.
(D) interesse.
(E) satisfação.
7)
Senhora
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua
ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis
inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe
consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas
pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição
que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor
a poupara à degradação de um casamento de conveniência, nome com que se decora o mercado
matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto
assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e
se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que
foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos;
porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral.
Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir nesses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.
O narrador revela uma opinião no trecho
(A) “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
(B) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...”
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...”
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”


8)
Texto I
Carta
(Fragmento)

A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos
certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo
está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o
homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer
à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
Texto de domínio público distribuído pela ONU.
Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)

Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada
pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de
formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma
estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos
olhos e que se manifestam através de processos e funções”.
GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
(A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
(D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) ao tema geral abordado por cada autor.
9)
Quando a separação não é um trauma

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por 20 anos um grupo de
173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais
nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que
eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por
causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para
conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os
grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em
conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente
quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos
positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa
forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.
No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre
os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que
(A) a opinião da socióloga é discordante das outras duas.
(B) a opinião do professor é discordante das outras duas.
(C) as três opiniões são concordantes entre si.
(D) o autor discorda apenas da opinião da socióloga.
(E) o autor discorda apenas da opinião do professor.
10)
A Ciência é Masculina?
Attico Chassot

O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores exemplos
que se pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências
foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma
histórica e outra biológica, para a possível superação do machismo em frase como a de
Hipócrates (460-400 a.C.) considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a
última coisa que morre em uma mulher”.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004
A expressão “dessa situação” (? . 2) refere-se ao fato de
(A) a ciência não ser feminina.
(B) a premiação possuir 202 anos.
(C) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher.
(D) o pai da medicina ser Hipócrates.
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.
11)
O teatro da etiqueta

No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a monarquia absoluta na
Europa, não havia sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada comensal
trazia sua faca para cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o
vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras aos olhos
de seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta,
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao
monarca havia um ritual que durava até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não
como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de
Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas regras,
embora servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a petulância que
a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com naturalidade, para
marcar uma diferença política que já existia. E representavam esse teatro da mesma
forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a aprender
etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a ser usada de forma
desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Nesse texto, o autor defende a tese de que
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
12)
Haverá um mapa para este tesouro?

“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade
Biológica).
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme biodiversidade,
sendo definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de diferentes fontes, ecoa aos nossos
sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um grande tesouro. No entanto, todos
sabemos que um grande tesouro escondido em locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os
nossos olhos, sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la, significa um grande sonho.... e
sonhos não costumam tornar-se realidade... podem até evoluir para pesadelos...
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em fatos, é essencial para
dar suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam expandir esses conhecimentos e servir de partida para projetos que permitam a aplicação racional e sustentada dessa riqueza.
Todos sabem que a pior atitude é “...matar a galinha dos ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência & Cultura. Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.
O trecho “evoluir para pesadelos...” (l . 12) é um argumento para sustentar a idéia de que
(A) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
(B) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
(C) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática.
(D) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
(E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
13)

13 de Dezembro

Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei aquilo. O
motorista me lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. A igreja dela
está cheia, ela protege os olhos da gente”.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de dezembro tinha
alguma coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que
ainda não tenho. O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que tivesse marcado um
relacionamento para o bom ou para o pior?
Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele piscava dentro de
mim. E as horas se passaram iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha
vermelha dentro de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da
memória, vivo em parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante e
não me lembro por quê.
Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao fechar o livro
que estava lendo, de repente a luz parou de piscar e iluminou com nitidez a cena
noturna: eu chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos
fundos da garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o comandante do
1º Exército queria falar comigo.
Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada tinha a falar com o
general Sarmento e não acreditava que ele tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi já entrava dentro
do meu carro, com uma pequena metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma
cena se repetia pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto
lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na vida, e meu amor me
chamara e eu não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida para falar com o
comandante do 1o Exército. O país talvez tenha melhorado, mas eu certamente
piorei.
(CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.)
No texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele
(A) constatar que não era um dia importante.
(B) não se lembrar de algo muito importante.
(C) saber que era dia de Santa Luzia.
(D) ver uma grande multidão na Esplanada.
(E) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.
14)
A fadiga da informação
(Fragmento)

Há uma nova doença no mundo: a fadiga da informação. Antes mesmo da
Internet, o problema já era sério, tantos e tão velozes eram os meios de informação
existentes, trafegando nas asas da eletrônica, da informação, dos satélites. A Internet
levou o processo ao apogeu, criando a espécie dos internautas e estourando os limites
da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os acontecimentos desse
mundo. Pois os instrumentos de comunicação se multiplicam, mas o potencial de
captação humana – do ponto de vista físico, mental e psicológico – continua restrito.
Então, diante do bombardeio crescente de informações, a reação de muitos tende a
tornar-se doentia: ficam estressados, perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho.
Já não se trata de imaginar como esse fenômeno possa ocorrer. Na verdade, a
síndrome da fadiga da informação está em plena evidência, conforme pesquisa recente
nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países, junto a 1300 executivos. Entre os
sintomas da doença apontam-se a paralisia da capacidade analítica, o aumento das
ansiedades e das dúvidas, a inclinação para decisões equivocadas e até levianas.
MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
A síndrome da fadiga da informação ocorre porque
(A) a internet é muito rápida nas informações que veicula.
(B) a captação humana de informações é restrita e a oferta é infinita.
(C) os meios de informação geram ansiedade em seus usuários.
(D) os instrumentos de comunicação conduzem a decisões erradas.
(E) a capacidade humana se paralisa dado o volume de conhecimento.

15)
Anedotinhas

De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
— Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
— Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu
estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu
não agüento mais aqueles meninos.
E o pai responde lá de fora:
— Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três razões: primeiro, porque
você tem um dever a cumprir; segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você
é o diretor do colégio.
Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.
No trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o colégio” (l . 2), a palavra sublinhada
estabelece relação de
(A) adição.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) explicação.
(E) oposição.
16)
A Formiga e a Cigarra

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a
formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não
aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os
amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da
cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou,
aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para
ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari,
com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha
toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a
Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor
gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A
propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois
trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com adaptações.
Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de
(A) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
(C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.
17)
O Islã não é só árabe

Religião abrange diversas etnias em todo mundo.
Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela
porção de países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso,
são indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que
têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa), Afeganistão
(pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são
denominados os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião
nasceu e ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos
passaram para o norte da África - onde foram chamados de mouros - e parte da
Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e
outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos
e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe
do que no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países
islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de
habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127
milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de
maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a
Índia, majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
As aspas empregadas na palavra “apenas” (l . 15) foram usadas para dar a ela um
sentido
(A) irônico.
(B) crítico.
(C) metafórico.
(D) coloquial.
(E) técnico.
18)
Vocês, que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? Lembram mais longe, quando a vaca-leiteira, que não era vaca coisa nenhuma, era uma caminhonete-depósito, vinha vender leite na porta de casa? Lembram mais longe ainda, quando a gente ia comprar leite no estábulo e tinha aquele cheiro forte de bicho, de bosta e de mijo, que a gente achava nojento e só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo era ecológico? Lembra bem mais longe ainda, quando a gente mesmo criava a vaca e pegava nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos dela, com muito jeito pra ela não nos dar uma cipoada?
Mas vocês não lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava escrito que é pausterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: 'Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais'. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!"
(FERNANDES, Millôr. "O Estado de S. Paulo", 22 de agosto de 1999)
I-A crítica do autor é dirigida:
a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do leiteiro para a economia nacional.
b) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm substituído os produtos naturais por produtos artificiais.
c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar sua qualidade e sabor.
d) permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da domesticação de animais iniciada há 5.000 anos.
e) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e que necessita de aperfeiçoamento tecnológico.
II- Ao terminar a crônica com “Múúúúúúú”, o autor ao texto um tom de
(A) formalidade.
(B) humor.
(C) indiferença.
(D) jovialidade.
(E) seriedade.
19)
Os direitos da criança

Toda criança tem direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Toda criança tem direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Toda criança tem direito a um nome, a uma nacionalidade.
Toda criança tem direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Toda criança tem direito à educação gratuita e ao lazer infantil.
Toda criança tem direito à alimentação, moradia e assistência médica para si e para a mãe.
Toda criança tem direito a ser socorrida em primeiro lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem direito à educação e a cuidados especiais.
Toda criança tem direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
Toda criança tem direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho.
Cereja, William Roberto & Magalhães, TherezaCochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. p. 77.
Usando o termo “Toda” no início de cada frase, o texto
(A) enfatiza a idéia de universalidade.
(B) estabelece independência com o termo “criança”.
(C) estabelece maior vínculo com o leitor.
(D) faz uma repetição sem necessidade.
(E) reforça a especificidade de cada idéia.

20)
Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente,
na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
(A) escrupuloso em ambiente de trabalho.
(B) ajustado às situações informais.
(C) rigoroso na precisão vocabular.
(D) exato quanto à pronúncia das palavras.
(E) contrário ao uso de expressões populares.
Respondam com carinho.... Bjssssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário